Esta segunda-feira, o AC Milan celebra o seu 125º aniversário. Há muito para celebrar – especialmente os sucessos nos maiores palcos. Sempre presente: o nome Maldini
Lendas do treino, como Arrigo Sacchi e Carlo Ancelotti, também fazem parte da história do AC Milan, sem as quais o Museo Mondo Milan (Casa Milan), na Via Aldo Rossi, não estaria tão cheio de títulos, sucessos e honras.
Sem esquecer, claro, o mecenas Silvio Berlusconi, falecido em 2023 e proprietário do clube entre 1986 e 2017. O político e empresário mediático de reputação duvidosa foi responsável pelos gloriosos anos rossoneri nas décadas de 80, 90 e 00.
Resumindo: a lista de convidados para o exato 125º aniversário desta segunda-feira e para as celebrações previstas (a data de fundação do tradicional clube italiano com raízes britânicas é 16 de dezembro de 1899) deverá ser quase interminável.
Paolo racha os 1000
Obviamente, porém, um nome omnipresente vem sempre à mente em relação ao Milan: Maldini. Tanto o seu pai Cesare (que morreu em 2016, aos 84 anos) como o seu filho Paolo celebraram inúmeros sucessos com os Lombardos e imortalizaram-se na história várias vezes.
Cesare, nascido em Trieste em 1932, iniciou a sua carreira de futebolista em 1952 no clube da sua terra natal, o US Triestina, e dois anos mais tarde ingressou no AC Milan, onde disputou mais de 300 jogos e conquistou quatro títulos de campeão. Seguiu-se uma carreira de treinador, com duas (breves) passagens pelo Milan, e Cesare também trabalhou como assistente na vitória da Itália no Campeonato do Mundo de 1982 (3:1 na final contra a Alemanha).
Paolo, que nasceu em Milão em 1968, ultrapassou mesmo o pai. Entre 1985 e o final da sua carreira em 2009 – manteve-se fiel aos rossoneri durante toda a sua carreira, incluindo a sua formação nas camadas jovens – o lateral-esquerdo e defesa-central com aversão a desarmes (“Se tiver de desarmar, já cometi um erro”) disputou 647 jogos na Serie A, tornando-se o jogador com mais jogos pelo Milan até à data e fazendo também 127 jogos na primeira divisão. Paolo fez mais de 900 jogos de competição só pelo Milan, além de 127 internacionalizações.
Del Piero, Zidane & Cia.: Canções de louvor dos grandes craques
Os dois únicos pontos negativos da sua carreira futebolística, que incluiu a conquista da primeira divisão por cinco vezes e sete títulos de campeão? Paolo foi apenas uma vez vice-campeão com a Squadra Azzurra – em 1994 no Campeonato do Mundo (2:3 nos penalties contra o Brasil) e em 2000 no Campeonato Europeu (1:2 no prolongamento contra a França).
E após o final da sua carreira, quando Paolo foi diretor técnico do Milan entre 2019 e 2023, seguiu-se a separação inglória no verão de 2023. E ainda um pouco de lama no rescaldo.
No entanto, isso não prejudicou em nada a sua imagem como o maior ícone do Milan; Paolo Maldini é considerado o non plus ultra dos rossoneri, especialmente entre os adeptos e companheiros, em relação à sua capacidade de preencher os já grandes sapatos do seu pai. Ronald Koeman (treinador da Holanda desde 2023) disse uma vez: “Na história deste desporto, nunca houve um lateral esquerdo melhor – com os dois pés e brilhante a avançar no seu melhor”. Alessandro del Piero talvez tenha dito ainda melhor: “Há grandes jogadores, há jogadores de classe mundial. E depois há aqueles que estão acima desse nível. Paolo é o exemplo perfeito disso. Ele é o símbolo do Milan”.
Zinedine Zidane também fez um elogio bem-humorado: “O melhor jogador do mundo? Ronaldo, ele passou Paolo Maldini.”
Nos últimos anos, aliás, um terceiro Maldini apareceu em cena: Daniel. O filho de Paolo (56 anos), de 23 anos, foi treinado pelos rossoneri entre 2010 e 2024 e moldado como profissional – título de campeão em 2022 incluído.
Entretanto, o jogador, que, ao contrário do pai e do avô, joga no ataque, afastou-se cerca de 20 quilómetros de Milão – juntou-se ao AC Monza a título definitivo este verão. E já foi promovido a internacional italiano.
Um facto interessante: Em janeiro de 2021, a família Maldini juntou-se para fazer o seu milésimo jogo na Serie A pelo AC Milan – nessa altura, Daniel tinha feito seis jogos, Paolo era conhecido por ter 647 e Cesare 347. Vamos ver até onde os Maldinis conseguem aumentar este número