Com o carro Gen4, a Fórmula E quer garantir uma competição renhida no campeonato – Além disso, a relação custo-benefício deve ser correcta
Em 31 de agosto de 2023, o processo de concurso para decidir quem irá fornecer o chassis e as baterias para o carro Gen4 deverá estar concluído. Um dos destaques do novo carro é a potência duplicada de até 600 quilowatts. A aerodinâmica do Gen4 também deverá ser significativamente melhorada: Haverá uma configuração para mais downforce e outra para menos downforce. Para além disso, o carro será 100 milímetros maior e 76 quilogramas mais pesado.
Com um formato sofisticado, a Fórmula E também quer garantir que o campeonato continue a ser emocionante até à última corrida. É por isso que os pacotes aerodinâmicos devem mudar constantemente e também a potência deve variar entre 300 e 600 quilowatts. “Trata-se de encontrar um equilíbrio entre custos, tecnologia e desenvolvimento”, diz Longo.
“Sou um adepto dos desportos motorizados e quero ver uma competição renhida, por isso essa é uma prioridade para nós. Isso está mesmo acima da velocidade. Quando tivermos assegurado que há competição entre as equipas e que até cinco pilotos podem lutar pelo título, só então será interessante trazer um carro mais potente.”
Longo disse que o salto da Gen1 para a Gen2 foi “enorme” e que o carro Gen3 foi também um passo “enorme” para a Fórmula E. Com o carro Gen4, a Fórmula E está a tentar dar outro grande salto para fazer avançar o campeonato. “Temos de mostrar que a tecnologia está a evoluir e que é possível ser mais rápido durante mais tempo, mesmo que a tecnologia tenha tido as suas limitações no início.”
Para a época de 2024/25, o atual carro Gen3 já está preparado para receber uma grande atualização para preparar o terreno para o Gen4. Quem vai construir o novo carro será decidido em outubro de 2023 e, de acordo com Lucas di Grassi, o desempenho dos carros desempenha um papel importante, razão pela qual ele acredita que o momento para a mudança de geração é o ideal.
“Chegámos a um ponto na tecnologia em que podemos libertar muito desempenho. A Fórmula E amadureceu ao ponto de o aumento do desempenho poder ter surgido com a Geração 3, mas desta forma podemos torná-lo ainda melhor com a Geração 4”, afirma. Com mais potência vem também mais respeito por parte dos fãs que dizem que não conseguiriam conduzir um carro de 1000 cavalos.
“É como um jato de combate porque há muita potência envolvida”, explica di Grassi. “É tão rápido que é preciso muitas horas de treino para o dominar. Não é como se uma pessoa normal pudesse conduzir um carro de Fórmula E, pelo menos não ao nível a que conduzimos. Ninguém consegue nem chegar perto de acompanhar”, foi a declaração clara do brasileiro, que faz parte da Fórmula E desde a temporada 2014/15 e é um dos veteranos do campeonato.