Enquanto jogador, Michael Ballack (47) foi treinador. Mas nunca quis ser treinador. Num novo episódio de “Meets DAZN”, explica porquê
Para um homem que foi apelidado de “Capitano”, a gestão de uma equipa não pode ser um vocabulário completamente desconhecido. Mas, no caso de Michael Ballack, o capitão de longa data da seleção alemã nunca chegou a ser treinador. Como jogador, tive anos muito intensos e muito gratificantes, por isso evitei o outro lado até hoje”, explica Ballack em um novo episódio de “meets DAZN”.
É improvável que Ballack venha a ser treinador no futuro, apesar de o atual comentador televisivo ter aspirado a obter uma licença UEFA B – no País de Gales, “porque achei que o âmbito e a orientação eram mais flexíveis lá”. Mas depois “veio a coroa e perdi um pouco a noção disso”.
Porque algumas das impressões que teve fizeram-no decidir não continuar nessa direção. “Percebi que, como jogador, é preciso ter a dureza necessária para lidar com muita responsabilidade e carácter”, diz Ballack. “E ainda hoje não tenho isso em mim.”
Ele vê um “perfil de exigências completamente diferente” em relação à sua carreira de jogador, citando o exemplo de José Mourinho. O português, que, depois de uma carreira modesta como jogador, teve uma grande carreira como treinador. “É um treinador por quem tenho muito respeito e que, mesmo a este nível, é bem sucedido”, diz Ballack, que jogou sob o comando de Mourinho no Chelsea FC em 2006/07 e ganhou uma Taça de Inglaterra com ele.
É preciso ser autêntico, mas não demasiado previsível”, explica o antigo médio. “Para mim, enquanto jogador, a melhor situação foi sempre quando não conseguia ler um treinador a 100 por cento, mesmo que ele fosse 20 a 30 por cento louco. Se estás a perder e sabes que o treinador vai gritar contigo, repreender-te e dizer-te como vai ser o treino dos próximos dias, nem sempre gostei disso.” Também é necessário um “impulso incrível”. Para Ballack, “alguém que se pudesse deixar levar, isso era muito importante para mim”.
Uma qualidade que Marco Rose considera positiva até para um treinador. O treinador do RB Leipzig, que é apenas duas semanas mais velho do que Ballack e que, tal como ele, cresceu na RDA, confirma numa entrevista dupla no podcast: “Esta compostura é algo que, como treinador, temos de transmitir ao mundo exterior quando lidamos com os meios de comunicação social, com as redes sociais. Que nem sempre nos deixamos seduzir”. É mais uma razão pela qual Rose acredita que “se pode ser um bom treinador”. O mundo do futebol provavelmente nunca saberá