O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, voltou a causar polémica com os seus últimos comentários num evento no estado norte-americano da Pensilvânia.
Sem mencionar explicitamente os nomes dos dois campeões olímpicos, Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan, o candidato de 78 anos abordou o debate emocional em torno da sua identidade de género.
Trump prometeu aos seus apoiantes que iria “manter os homens fora dos desportos femininos” e afirmou que “homens que foram transformados em mulheres” tinham competido no boxe nos Jogos Olímpicos de Paris. No entanto, estas declarações não têm qualquer base factual.
No passado, Trump fez repetidamente comentários depreciativos sobre debates semelhantes e classificou a participação das duas pugilistas nos jogos de sábado como “louca” e “humilhante para as mulheres”. Há três semanas, Trump também criticou duramente a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, principalmente porque as drag queens se sentaram à mesa e encenaram a Última Ceia.
A justiça francesa investiga após hostilidade maciça
Os combates entre os dois pugilistas já tinham causado uma grande agitação em Paris, depois de terem sido excluídos do Campeonato do Mundo de 2023 devido a testes de género inexplicáveis
A Associação Internacional de Boxe (IBA), que não é reconhecida pelo Comité Olímpico Internacional (COI), argumentou que as duas atletas não tinham cumprido os critérios de elegibilidade exigidos e que tinham uma “vantagem competitiva” sobre outras participantes femininas. O COI criticou esta decisão, considerando-a “arbitrária”.
Durante o debate em torno da sua participação em Paris, Khelif foi alvo de uma enxurrada de comentários de ódio na Internet. Na sequência da hostilidade maciça contra a pugilista argelina, a justiça francesa abriu um inquérito.
O Ministério Público está a investigar as alegações de ciberbullying sexista, insulto público e incitamento à discriminação.