segunda-feira, novembro 25, 2024
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Tribunal revoga o controlo da 777 Partners sobre o Vasco da Gama

A 4ª Vara Comercial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acedeu ao pedido do Vasco na quarta-feira à noite e retirou o controlo da SAF, a holding do CR Vasco da Gama, das mãos da 777 Partners, noticiaram vários meios de comunicação social brasileiros por unanimidade na quinta-feira. A decisão, assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan, suspende temporariamente a eficácia do contrato de compra e venda e a eficácia do acordo de investimento e de accionistas celebrado no âmbito da entrada da 777, noticia a GE Globo.

Congelamento temporário de transferências em outubro

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777 Partners, parceira estratégica do Hertha BSC desde março de 2023, adquiriu uma participação maioritária no clube brasileiro de longa data em fevereiro de 2022, assumindo 70 por cento das ações por cerca de 700 milhões de reais (equivalente a cerca de 136 milhões de dólares). O Vasco da Gama conseguiu regressar à primeira divisão brasileira em 2022. Segundo o tribunal, os cinco administradores nomeados pela subsidiária do 777, Carioca LLC, foram afastados do conselho de administração de sete membros da SAF, a holding do CR Vasco da Gama, nomeadamente os dois fundadores do 777, Josh Wander e Steven Pasko, bem como Don Dransfield, Nicolas Maya e Andres Blazquez.

O ex-jogador profissional do Vasco, Pedrinho, que venceu as eleições presidenciais do clube em novembro passado e tomou posse em janeiro, terá entrado em conflito com o investidor norte-americano nos últimos meses, o que levou ao pedido judicial. Além de suspender temporariamente a validade dos contratos, o juiz encarregado também encarregou uma empresa independente de elaborar um relatório económico-financeiro e de investigar os procedimentos contabilísticos criticados pelo clube na ação judicial. A Globo informou, entretanto, que o 777 está em dia com os pagamentos ao Vasco. Em outubro do ano passado, porém, o clube carioca, campeão da Copa Libertadores de 1998, foi suspenso temporariamente por falta de pagamento.

Escalação em Liège

Na semana passada, a situação no clube belga Standard Liège, do 777, agravou-se devido a alegadas contas vazias e ao não recebimento de salários e pagamentos. Na sexta-feira passada, os adeptos activos do Standard forçaram o cancelamento do jogo contra o KVC Westerlo, bloqueando o acesso da equipa ao Stade de Sclessin. O antigo proprietário do Standard, Bruno Venanzi, e os accionistas da empresa do estádio exigem a confiscação dos activos do 777 na Bélgica devido aos pagamentos em atraso – aparentemente com sucesso. Os meios de comunicação social belgas noticiaram na quinta-feira que a apreensão de todos os bens da 777 Partners no país tinha sido aprovada pelo tribunal de primeira instância, incluindo o congelamento das contas e acções da Standard, bem como das acções da Immobilière Standard de Liège, que é proprietária do estádio e que, alegadamente, aguarda o pagamento de uma prestação de 3,8 milhões de euros da 777 Partners, que vence a 15 de abril. A 777 Partners ainda pode recorrer da sentença do tribunal de Liège. A demissão iminente do diretor-geral do Standard, Pierre Locht, já tinha sido anunciada na quarta-feira. Entretanto, os profissionais do Liège, incluindo Wilfried Kanga, emprestado pelo Hertha, terão recebido os salários de abril.

Há dias que a crise da 777 Partners faz manchete em vários locais do mundo. O principal credor, a Leadenhall Capital Partners, uma sociedade gestora de activos sediada em Londres, intentou uma ação por fraude contra a 777 num tribunal de Nova Iorque. A Leadenhall acusa a 777 de ter garantido empréstimos no valor total de 350 milhões de dólares com activos que a 777 alegadamente não possuía ou que já tinha penhorado a outros credores. A companhia aérea australiana 777 Bonza declarou falência. O projeto de aquisição do Everton FC, clube da Primeira Liga, no âmbito da estratégia de propriedade de vários clubes, para o qual a 777 Partners terá já despendido 200 milhões de libras, corre o risco de fracassar. Agora, os últimos acontecimentos no Brasil e na Bélgica estão a agravar ainda mais a situação geral

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