Nos anos noventa, ganhou um título atrás do outro com o FC Bayern. Duas décadas depois, Roque Santa Cruz tem 43 anos e continua a jogar futebol. No Paraguai, o seu país natal, está a compensar algo que costumava ser negligenciado
Por um momento, quase se poderia pensar que Roque Santa Cruz estava sentado num pequeno barco de pesca num mar agitado. Como se estivesse a balançar para trás e para a frente nas ondas, a imagem da câmara desliza da esquerda para a direita, da direita para a esquerda. Santa Cruz já não consegue segurar o telemóvel com firmeza, mas, passados alguns segundos, recompõe-se e volta a sentar-se calmamente na sua cadeira.
São apenas 11 horas da manhã em Assunção, capital do Paraguai, uma tarde na Alemanha. Quando Santa Cruz atende a videochamada, tem uma enorme estante de livros às suas costas. Usa uma t-shirt branca e uma barba grisalha, sem qualquer sinal de barco de pesca ou de ondas altas. Santa Cruz acaba de se aborrecer – com uma história sobre Felix Magath, com quem conquistou a dobradinha no FC Bayern há quase vinte anos.