Alex Rins, piloto da Honda, recorda os “meses mais difíceis” da sua carreira e admite que não aguentava ver as corridas de MotoGP na televisão
O piloto da LCR Honda, Alex Rins, celebra o seu regresso à competição no final da época de MotoGP em Valência. Depois de duas tentativas falhadas de regresso às corridas no estrangeiro, Rins sente-se agora suficientemente apto para passar o fim de semana e, mais importante, para rodar com o seu novo cavalo de batalha, a Yamaha M1, no teste pós-temporada
A fratura da tíbia e do perónio que Rins sofreu no sprint para o Grande Prémio de Itália em Mugello provocou uma paragem forçada de um mês. Mais recentemente, o piloto da Honda WSBK Iker Lecuona sentou-se na RC213V – com sucesso limitado. Rins está ansioso pelo seu regresso ao MotoGP em Valência, onde saiu vitorioso há um ano.
“Algumas pessoas perguntaram-me porque é que não ando na moto há tanto tempo e porque é que falhei tantas corridas,” comentou Rins ao MotoGP.com. “Depois expliquei-lhes a situação. A minha tíbia estava completamente destruída. O osso tinha literalmente explodido. Quando mostro fotografias, as pessoas percebem a situação. Não foi uma fratura inofensiva.”
MotoGP na TV foi difícil de aceitar para Alex Rins
O papel de espetador não foi fácil para Rins. “Foi muito difícil, desliguei a televisão. Estava sentado no sofá com gelo no joelho ou a fazer terapia. Perguntei a mim próprio o que estava a fazer. Foi por isso que desliguei a televisão. Foi difícil”, recorda.
“Agora já estou bem”, diz o espanhol, feliz. “Foram uns meses difíceis, os mais difíceis da minha carreira. A princípio, aconteceu em junho. Parti a tíbia e o perónio. Foi um período muito difícil. Melhorou mês a mês.”
A lesão foi também um grande problema na vida quotidiana
Não foi só a condução de uma mota de MotoGP que causou problemas a Rins. A vida quotidiana também apresentava muitos desafios. “No verão, tinha dificuldade em manter-me estável no mar. Sentia muitas dores. Também sentia o mesmo em casa. Punha o meu filho no carrinho de bebé. Quando fomos passear para as montanhas, senti cada pedra no chão”, relata.
“Foi muito difícil porque também perdi muitas corridas. Isso deixou-me um pouco nervoso. Estava em casa e tive de recuperar. Mas estou contente por estar agora aqui em Valência. Já o tentámos há um mês em Mandalika e mais tarde, na sexta-feira, em Phillip Island”, recorda Rins as tentativas falhadas de regresso.
A segunda tentativa na Austrália foi seguida de outra operação em Madrid, que ajudou a melhorar a situação. “Senti-me muito melhor depois disso. Consegui sair do hospital com os meus próprios pés e isso foi realmente uma boa notícia”, disse Rins.
Teste positivo de Superbike em Barcelona proporciona alívio
Um teste de superbike em Barcelona proporcionou alívio. “Voltei a andar de mota na quarta-feira passada. Andei numa moto de 1000cc e a sensação foi muito boa. Estas motas são muito mais pesadas do que as de MotoGP. Senti-me muito bem desde a segunda volta e consegui controlar bem a moto. Foi uma boa notícia para mim e para a minha equipa”, referiu o piloto da Honda.
Os últimos exames de raio-X confirmaram a evolução positiva. No entanto, o vencedor do ano passado, Rins, não tem grandes objectivos: “Não estou aqui para ganhar a corrida. É claro que adoraria fazê-lo. Mas isso não é possível na minha vida. Mas isso não é possível no meu estado. Vejo isto como um treino para me adaptar. Felizmente, temos um teste na terça-feira”.
Este teste é um importante prenúncio da temporada de MotoGP de 2024, quando Rins correrá pela equipa de trabalho da Yamaha como companheiro de equipa do antigo campeão Fabio Quartararo e substituirá Franco Morbidelli. O lugar de Rins na LCR-Honda será ocupado por Johann Zarco, que vai passar da Pramac-Ducati para a equipa satélite da Honda.