terça-feira, setembro 17, 2024
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Kalinic: “Não gostam do clube nem percebem nada de futebol”

O Hajduk Split demitiu o diretor desportivo Nikola Kalinic ao fim de apenas alguns meses. Agora, o diretor desportivo do Hajduk Split lançou um ataque verbal total

A par do Dínamo de Zagreb, o Hajduk Split é provavelmente o clube mais conhecido da Croácia e tem em Gennaro Gattuso um treinador de grande relevo. No final de maio, Kalinic, antigo internacional (42 internacionalizações pela Croácia) e com uma enorme experiência internacional (147 jogos na Serie A pelo Florence, Milan, AS Roma e Hellas Verona, 44 jogos na Premier League pelo Blackburn Rovers e 17 jogos na La Liga pelo Atlético de Madrid), começou e terminou a sua carreira em Split.

O negócio acabou por se revelar um mal-entendido, com o comunicado oficial a referir que a separação era “a melhor coisa para o clube neste momento”. Se olharmos para o balanço das transferências dos dálmatas este verão, verificamos que nomes conhecidos como Laszlo Kleinheisler, Ivan Perisic e Josip Brekalo deixaram o clube – os três tinham jogado por empréstimo em Split. A única receita foi gerada pela venda de Emir Sahiti ao HSV – o negócio terá rendido aos croatas 1,5 milhões de euros.

Trazer velhas estrelas de volta à sua antiga glória?

Não foram feitas substituições adequadas. No entanto, foi contratado Ivan Rakitic (36 anos), um dos mais bem sucedidos internacionais croatas da história, que provavelmente gostaria de passar o seu outono futebolístico na segunda divisão croata e agora ajudar a levar o clube de volta à sua antiga glória – o último campeonato do Hajduk foi há quase 20 anos. A realização deste desejo é, no mínimo, duvidosa.

O clube está aparentemente em dificuldades financeiras, o que é provavelmente uma das razões pelas quais está a tentar consolidar-se. “O treinador não fala com o presidente há um mês porque não recebeu nenhum reforço”, explicou Kalinic numa sensacional conferência de imprensa. O treinador não vê o presidente Ivan Bilic como o principal responsável pela desgraça em Split. Ele “não era um homem do futebol” e só veio “para cortar custos”.

Críticas duras ao conselho fiscal

Kalinic está mais preocupado com o conselho fiscal. “As pessoas que dirigem o Hajduk não fazem ideia do que é o Hajduk – estou a pensar no conselho fiscal. Não amam o clube nem percebem nada de futebol”, lamenta, dizendo que, ao fim de sete dias de mandato, percebeu ‘que as coisas não estavam a ir na direção certa’.

Queixou-se das estruturas de decisão do clube e foi muito claro. “Os processos são demasiado longos, há demasiadas pessoas a tomar decisões. Há demasiados parasitas no clube e o Hajduk não vai avançar assim”, disse Kalinic, referindo que o Hajduk é um clube ‘pelo qual 70 por cento das pessoas na Croácia torcem’, mas que é ‘gerido de forma amadora’.

O grande problema é o dinheiro das crianças

O clube não pode dar saltos financeiros significativos, razão pela qual Kalinic ficou irritado com a rejeição de uma oferta de sete milhões de euros pelo norte-americano Rokas Pukstas (20), do Parma. “Estavam à espera de dez milhões, mas era a única proposta para além da do Sahiti. Não sou um mágico, os preços dos jogadores baixaram”, explicou o agora cessante diretor desportivo, revelando que nem sequer estavam previstas novas contratações. “Que reforços? Nem sequer temos dinheiro para pagar os ordenados dos próximos dois meses”, disse.

Segundo Kalinic, o clube vive atualmente a crédito. “Já contraíram empréstimos e vão voltar a fazê-lo”. Esta é outra razão pela qual lhe foi pedido que encontrasse “patrocinadores para as transferências de jogadores”. “Mas não era essa a minha função, a minha função era falar com os jogadores e convencê-los a vir para o Hajduk.”

Os objectivos não foram atingidos

Kalinic não tem grandes esperanças de que algo mude em breve. “Vão trazer um novo diretor desportivo e depois tudo continuará como sempre”. À noite, o presidente Bilic comentou as acusações e explicou que a decisão de despedir Kalinic foi exclusivamente sua e que o fez porque o diretor desportivo “não cumpriu os objectivos”. Disse ainda que Kalinic tinha “ultrapassado os limites – humanos e profissionais” com os seus comentários.

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