Os sinais foram-se acumulando, incluindo os do próprio jogador, mas agora há clareza: Andrés Iniesta, campeão do mundo e da Europa, terminou a sua grande carreira. Pelo menos como jogador
Algumas lágrimas foram derramadas. E, claro, falou-se muito de gratidão. O que se adivinhava há dias tornou-se oficial na tarde de terça-feira: a carreira do futebolista Andrés Iniesta chegou ao fim. O jogador de 40 anos falou sobre o assunto num pequeno pódio em Barcelona
O discurso de Iniesta não foi apenas um olhar para trás. Foi também um olhar para o futuro – se não para o presente. “O futebol acabou nesta fase. Mas o jogo continua”, disse Iniesta. “Não posso estar longe do futebol, tem sido a minha vida e vai continuar a sê-lo. Estamos a trabalhar em diferentes projectos. Estamos a trabalhar em projectos diferentes. Tenho de aprender, cometer erros, treinar, como parte do projeto de clube que temos, as academias… É um legado que quero continuar”.
O que é particularmente excitante é o facto de o jogador estar aparentemente pronto para se tornar treinador. “Já estou a começar o curso de treinador”, revelou o sempre popular craque. “Quem me conhece sabe que sou muito teimoso. Espero não correr atrás da bola, mas fazer um bom trabalho do outro lado. Mas com muita vontade.”
Título hamster em Barcelona
Iniesta tinha estado recentemente sem clube, depois de ter sido despromovido com o Emirates Ras Al-Khaima nos Emirados Árabes Unidos. O espanhol mudou-se para lá depois de cinco anos no Japão com o Vissel Kobe, onde jogou ao lado de Lukas Podolski, entre outros.
O médio tecnicamente quase perfeito já tinha desaparecido do panorama geral em 2018, quando terminou a sua carreira na seleção nacional e deixou o “seu” FC Barcelona aos 34 anos. Com a camisola catalã, que já tinha vestido enquanto jogador juvenil, o simpático companheiro de Xavi tinha conquistado nove vezes o campeonato espanhol, seis vezes a taça e quatro vezes a Liga dos Campeões. O internacional 131 vezes (14 golos) venceu o Campeonato da Europa com a Espanha em 2008 e 2012, e o Campeonato do Mundo em 2010, marcando o golo da vitória.
Até à data, Iniesta é o único jogador a ter sido nomeado melhor jogador nas finais do Campeonato do Mundo (2010), do Campeonato da Europa (2012) e da Liga dos Campeões (2015).