Damon Hill sabe, por experiência própria, que a motivação diminui no final de uma longa carreira – será que Daniel Ricciardo também está a debater-se com este problema?
A carreira de Daniel Ricciardo na Fórmula 1 está lentamente a chegar ao fim? Apesar de os rumores de que o australiano poderia perder o seu cockpit em Miami terem sido recentemente negados pela Red Bull, Ricciardo está atualmente a atravessar outra fase difícil
No duelo interno de qualificação contra o seu companheiro de equipa na Racing Bulls, Yuki Tsunoda, o resultado é de 0:3 do seu ponto de vista após as três primeiras corridas da época, e continua sem pontos no campeonato do mundo, enquanto Tsunoda terminou recentemente um forte sétimo lugar em Melbourne, marcando seis pontos importantes.
Damon Hill, campeão mundial de 1996, também diz no podcast F1 Nation que o australiano teve outro “fim de semana difícil” na sua corrida caseira em Melbourne. E ele também especula sobre qual seria a razão para isso.
“À medida que me aproximava do final da minha carreira, era definitivamente mais difícil motivar-me porque […] sabes que há vida depois disso”, recorda Hill, que se retirou da Fórmula 1 no final de 1999 – e que já tinha ultrapassado o seu auge nessa altura.
Depois de se ter sagrado campeão do mundo em 1996, marcou apenas sete pontos no campeonato na sua época de despedida, três anos mais tarde, enquanto o seu companheiro de equipa na Jordan na altura, Heinz-Harald Frentzen, somou uns impressionantes 54 pontos, ganhou duas corridas e terminou em terceiro lugar no campeonato do mundo
Falta a Ricciardo a mordacidade necessária?
Hill chegou a pensar em pendurar o capacete durante a época, mas acabou por terminar a temporada – embora claramente na sombra do alemão, que chegou a estar na luta pelo campeonato a certa altura.
Na altura, Frentzen era sete anos mais novo do que Hill e, atualmente, Ricciardo também enfrenta um companheiro de equipa em Tsunoda que é onze anos mais novo. Hill explica neste contexto: “Quando se é mais novo, só se vê a Fórmula 1 no futuro”.
Ricciardo, por outro lado, já tem uma carreira sólida, lembra Hill. O australiano, que celebra o seu 35º aniversário em julho, já ganhou oito corridas na Fórmula 1, enquanto Tsunoda está “a lutar pela sua sobrevivência” na categoria rainha, de acordo com Hill.
Será que Ricciardo não está a sentir a falta dessa mordacidade na sua idade? “É difícil motivar-se quando se vê todas as outras coisas que existem [fora da Fórmula 1]”, explica Hill, que suspeita de algumas “distracções” com Ricciardo.
O australiano já tinha deixado a categoria rainha uma vez após a temporada de 2022, depois de o seu contrato com a McLaren ter sido rescindido. Regressou ao cockpit da então equipa AlphaTauri em meados de 2023, tendo anteriormente mantido a forma como piloto de testes da Red Bull.
Outra saída da Fórmula 1 pode ser permanente na próxima vez