Joao Felix esteve em campo pelo Barça durante menos de 150 minutos, mas foi bem sucedido em muitas coisas. Depois de ter feito dois golos contra o Antuérpia, explicou porque é que as coisas estão a correr bem com Xavi – e não tão bem com Diego Simeone
O jovem de 16 anos está a ser afastado da ribalta por um jogador de 23 anos que parece ter muita facilidade em marcar golos na equipa catalã: João Félix. Depois de ter sido substituído contra o Osasuna na fase final, ainda ficou de mãos a abanar, mas na sua estreia como titular contra o Betis (5:0) marcou o golo de abertura, tecnicamente competente, e também esteve envolvido no 2:0.
O mesmo aconteceu contra o Antuérpia. Mais uma vez, João Félix abriu o marcador, fez o segundo golo e marcou o 5-0 final. Mas o que é que é diferente em Barcelona do que em Madrid ou no Chelsea?
O estilo de jogo do Atlético não agrada a João Félix
Em primeiro lugar, o novo ambiente. “Quem está em má forma tem de mudar”, disse Félix numa entrevista ao Mundo Deportivo. “Já fiz isso com a mudança para o Chelsea, e agora com o Barcelona”. No Atlético, admitiu, “não esteve bem”. “Não me adaptei às ideias do clube e do treinador, mas tentei sempre dar o meu melhor”. Com isto, João Félix alude ao estilo de jogo predominantemente defensivo e destrutivo do onze de Simeone – nada para uma mente fina como a do português, que encontra o seu caminho no jogo mais pela técnica do que pela luta. No início da época, Simeone deixou-o no banco.
O avançado sublinhou que, após a transferência mal sucedida para o Chelsea – viu um cartão vermelho na sua estreia -, tinha feito sacrifícios para o novo começo no Barcelona. “Abdiquei de uma parte considerável do meu salário. Mas precisava de uma mudança, precisava de ir para um sítio onde pudesse jogar o meu futebol”, disse.
O que acontece no verão?
O mais difícil agora é manter o nível”, sabe o próprio Félix. Só em jogos como o da classe real no FC Porto (4 de outubro) ou na cimeira da liga contra o Real Madrid (29 de outubro) é que se tornará claro se ele também pode invocar as suas qualidades contra grandes adversários.
Mas, neste momento, está a viver o seu “sonho de criança”, como ele próprio disse quando fez a mudança. O técnico Xavi parece saber como abordar o espírito livre. “É claro que ele me dá tarefas tácticas”, diz Félix. “Mas, acima de tudo, tenho de me divertir.”